Curso superior no município

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Conto uma história da qual participei e que engrandece o nosso município. Refiro-me à criação da ASPES – Associação Santanense Pró Ensino Superior. Ela foi criada por iniciativa comunitária nos idos de abril de 1964. No entanto, somente no início de 1966 foi que se constituiu uma comissão para a elaboração de seus Estatutos e iniciar o processo para a autorização de algum curso superior na cidade.

Era presidente da ACIL o empresário Diamantino Menezes que cedeu as dependências da entidade para que a comissão se reunisse e mais: pôs à disposição da ASPES a colaboração de seu assessor econômico que era o Dr. Ilo Albuquerque. Além da elaboração dos Estatutos, o que estava em foco era a criação da Faculdade de Ciências Econômicas e Contábeis.

Por sugestão do contador Paulo Backes optou-se, primeiramente, pelo curso de Ciências Contábeis. Backes argumentava que já havia na cidade o funcionamento regular de dois cursos de contabilidade em nível médio e que todos aqueles contabilistas que o haviam concluído, procurariam uma qualificação superior o que garantia uma boa clientela para o curso.

Com toda a dificuldade de um pequeno grupo, conseguiu-se montar o processo de pedido de autorização para o funcionamento do curso de Ciências Contábeis e a autorização aconteceu através da publicação do Decreto nº 63.708, de 02/12/1968.

Entre 1966 e 68 muitas dificuldades foram enfrentadas. O processo foi enviado para o CFE – Conselho Federal de Educação. O relator do processo levantou uma preliminar que dizia respeito à falta de um patrimônio que garantisse sustentação econômica à entidade requerente.

Diante do impasse recorreu-se à Municipalidade que fez a doação para a ASPES de um terreno na Avenida Daltro Filho com a Thomaz Albornoz. Era um sangão sem valor venal, porém o que interessava era a existência da matrícula em nome da ASPES e com considerável área de terra. Assim a entidade passou a ter um patrimônio imóvel, preenchendo os requisitos exigidos, além do contrato de locação de salas do Colégio Marista.

Além do início das aulas no ano de 1969 do primeiro curso, a ASPES iniciou tratativas com a Universidade de Santa Maria para trazer para aqui um curso de Pedagogia, o que foi autorizado no mesmo ano.

Após o funcionamento de dois cursos superiores a diretoria da ASPES pensou na aquisição de uma área compatível para a futura construção de um “campus” universitário. Procurou-se uma área rural e esta estava localizada ao final do Cemitério Municipal. A área escolhida de 12 hectares, ainda coberta de mato, foi adquirida em 21 de novembro de 1972 e posteriormente, em novembro de 1977, foram adquiridos mais dois hectares lindeiros.

Naquela época não havia o prolongamento da Av. Daltro Filho e muito menos a Avenida do Porto Seco, hoje Intendente Altivo Esteves.

Em cinco de outubro de 1972 o CFE aprovou o Parecer 1.168/1972 reconhecendo definitivamente o curso superior de Ciências Contábeis, o embrião do ensino superior em Santana do Livramento.