Sim, e daí?

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Os onze ministros do STF já votaram sobre as medidas impostas pelo iracundo colega Alexandre de Moraes ao deputado Daniel Silveira. Apenas os Nunes Marques e André Mendonça se posicionaram contra as imposições do iracundo ministro, instável mistura de Robespierre com Torquemada. Em vista disso, cabe a pergunta do título: sim, e daí?

Passará pela cabeça de qualquer dos ministros a ideia de que esse placar torna legítimo o conjunto inteiro dos absurdos cometidos nesses inquéritos? Será que o incondicional apoio dos advogados amigos da Corte e da extrema imprensa a qualquer arbitrariedade praticada contra o governo é considerado bastante para convalidar todas as tropelias que são a essência material do caso? Considerarão vazias de significado as palavras do ex-ministro Marco Aurélio Mello quando, diante do fato, se mostrou preocupado com a futura presidência de Alexandre de Moraes no TSE? Disse ele:

 “Receio que possamos ter tempestades […] Não é o desejável. A atuação do juiz trepidante deve ser afastada. Vamos adotar temperança, vamos adotar compreensão sem abrir mão da prevalência das regras jurídicas”.

Imagino que a maioria do Senado apoie a silenciosa omissão do senador Rodrigo Pacheco frente a tropelias que se avolumam. Imagino que para essa maioria não seja relevante o total desprezo do ministro Alexandre de Moraes ao Poder Legislativo, ao ponto de determinar que a tornozeleira fosse imposta ao deputado mesmo dentro das dependências do Congresso!..

Estamos diante de uma situação delirante a exigir resposta institucional adequada como forma de prover às instituições razões mínimas de credibilidade, sem as quais o que se sobrepõe é a usurpação.