A criação de empregos

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Façam-se as pesquisas que quiserem sobre os temas positivos ou negativos mais variados de nossa nacionalidade e continuamente esbarramos na dificuldade de oferta de empregos que existe entre nós em decorrência da falta de qualificação de nossa mão de obra.

Não é sem razão que este tema tem se tornado lugar comum em qualquer discussão que vise obter alguma orientação, a fim de que sejam criadas ocupações dignas e compatíveis para que o cidadão tenha meios de sobrevivência com dignidade. Esta é a principal questão, porque está no cerne de nossas aflições sociais.

Digam o que disserem, façam todas as elucubrações sobre o tema que vier à cabeça, a questão sempre será a mesma – como dar empregos?

Quando a nação está na fase do subdesenvolvimento, sem poupança privada, sem a implantação de uma economia diversificada com a instalação de plantas industriais ou uma atividade terciária preparada para produzir serviços, o Estado precisa assumir posições que sejam capazes de conduzir alguns investimentos com a finalidade de gerar empregos, mesmo que para isto seja necessário lançar a mão no dinheiro público.

Em países nesta fase, não se estranha quando os números dos empregos públicos são aumentados despropositadamente, incentivando-se a burocracia. Afinal, é uma das formas de intervenção do Estado na atividade laborativa da população.

Na medida em que a nação vai diversificando a produção de bens e serviços, viabilizando-se o surgimento de um parque fabril e de uma atividade de prestação de serviços em todos os ramos do fazer humano, deixa de haver razão para que o Estado mantenha uma estrutura funcional mastodôntica e ineficiente em decorrência de sua própria natureza.

Neste momento, torna-se necessário que o governo se retire da atividade econômica, porque não é o seu objetivo ser empregador. Nos dias de hoje já são muito reduzidos os campos em que o Estado ainda deve intervir no setor econômico como, por exemplo, na área da saúde, da educação e da segurança – funções primaciais de sua existência.

A partir deste raciocínio surge, então, a seguinte questão, quem passará a criar os empregos? Na medida em que haja uma política que estimule as condições para o surgimento de novos empreendimentos privados, a absorção da mão de obra será uma consequência.

Veja-se o caso do Japão depois da 2ª Guerra e do bombardeio atômico em seu território, com o desmantelamento de sua economia. De um país destruído em 1945, o Japão de 1950 já havia recuperado a sua capacidade produtora, porque a guerra não conseguiu destruir a educação e a formação milenar de seu povo.

É bem verdade que houve investimentos americanos no Japão, mas isto de nada adiantaria se os japoneses não dispusessem de uma preparação profissional capaz de recuperar rapidamente o parque industrial desmontado pela guerra. Tanto é assim que logo voltaram a concorrer em melhores condições do que a Inglaterra na indústria naval.

O que precisamos é da profissionalização de nosso povo com uma educação compatível e a possibilidade de inversões com juros civilizados e uma carga tributária racional. Com isto o emprego surgirá.