Em entrevista a rádio Guaiba de Porto Alegre, vice-presidente diz que STF age como “polícia, procurador e juiz”

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O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, participa de cerimônia de abertura do Programa Academia Nacional de Polícia (PANP)

Hoje em entrevista à Guaíba, Hamilton Mourão classificou como um “exagero” prisão de extremistas apoiadores do governo e comentou caso Queiroz.

O vice-presidente da República Hamilton Mourão comentou as crises políticas envolvendo as instituições e os poderes da República. As tensões se dão, principalmente, entre o Executivo e o Judiciário. O Supremo Tribunal Federal (STF) dá andamento ao inquérito das Fake News, que tem como alvos apoiadores e até membros do governo Bolsonaro. Enquanto isso, o Palácio do Planalto deu mensagens dúbias sobre a sustentação da harmonia entre os poderes.

As manifestações de Hamilton Mourão foram feitas durante entrevista ao programa Bom Dia da Rádio Guaíba nesta terça-feira. O vice-presidente citou os esforços de um grupo de senadores, que busca instaurar a CPI da Lava Toga para investigar ações do Judiciário. Mourão defendeu a conclusão do inquérito das Fake News e criticou o STF. “No momento em que o Supremo age como polícia, procurador e juiz, a coisa fica um tanto complicada”, sustentou. “Eu ainda espero que esse inquérito conduzido pelo STF termine sendo feito da melhor forma possível, sem atropelar mais, digamos assim, o estado de direito”, completou o vice.

Mourão critica prisão de extremistas

Hamilton Mourão tratou como exagerada a prisão de apoiadores do governo Bolsonaro. Para o vice-presidente, o caso envolvendo a extremista Sara Winter não deveria ter sido tratado pelo STF. “As ações desse pessoal, para mim, eram coisa de juizado de pequenas causas. Uma vez comprovado que houve o excesso, como o cara aquele que lançou fogos de artifício em direção ao prédio do STF e outras manifestações que ocorreram, essa turma vai pagar cesta básica, vai pintar escola. Não precisa prender esse pessoal”, sustentou.

Sobre a prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Mourão reconheceu que o caso pode atrapalhar o governo. “Desde o ano passado, quando surgiu isso aí, o presidente foi muito claro: ‘quem errou, paga’”, afirmou. “É óbvio que toda essa celeuma prejudica, vamos dizer assim, o governo, no momento em que o governo tem que estar abordando assuntos desta natureza”, completou Mourão.

Na entrevista exclusiva, Mourão também abordou o impasse na indicação de Carlos Alberto Decotelli ao Ministério da Educação e os reflexos da pandemia de Covid-19 na economia.