Uma visão empresarial

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Vive-se em tempos de profundas modificações em todos os segmentos das relações interpessoais. Modificam-se as Nações e com elas o conceito de fronteira entre as mesmas, esta deixa de ser uma barreira ou uma “cortina de ferro”, separando regiões dominadas por sistemas ideológicos distintos.

Os fatores econômicos também não ficaram alheios aos bafejos do nosso tempo. A própria estrutura da empresa foi atingida pelos novos conceitos – já não se considera mais o volume de capital preponderantemente essencial para a empresa – sabe-se agora que a capacidade de trabalho dos dirigentes e de seus colaboradores, amparados em uma tecnologia altamente refinada, conduzem-na para um melhor gerenciamento.

Portanto, nos dias de hoje não é a quantidade de capital que qualifica a empresa. Com a queda gradativa das barreiras alfandegárias entre os países, também perde importância o conceito de empresa nacional ou estrangeira.

Agora, o que importa é a capacidade gerencial de seus dirigentes, voltados exclusivamente para a competitividade, buscando atingir o maior número de consumidores, pois a empresa contemporânea precisa se preocupar ainda mais com a satisfação do consumidor, do que com a remuneração imediata de seu capital. Se assim não fizer, o consumidor final haverá de procurar outros produtos e serviços, postos a disposição dele por empresas mais competitivas e flexíveis.

No meio rurícola a situação não é diferente. O bom gerenciamento da empresa está se preocupando com a eficiência, buscando otimizar o tempo e o espaço para melhorar e aumentar a produtividade. Maior volume de grãos por hectare e significativo aumento de peso do rebanho em menor tempo, tornam a empresa mais ágil e competitiva, propiciando a melhor rentabilidade da área explorada.

A experiência de alguns empresários rurais brasileiros tem demonstrado que é plenamente factível imprimir um novo conceito de produtividade em nosso meio agrário. Para isso, é tão ou mais importante preparar o homem para esta tarefa, quanto à própria terra.

Há dados oficiais que demonstram que o setor primário deu um salto de crescimento fantástico nestes últimos 25 anos. Basta olhar os dados estatísticos para que se possa avaliar que o agronegócio brasileiro está deslanchando e em algum dia muito próximo se tornará realidade o adágio repetido de que seremos “o celeiro do mundo”.

Em 1994 tínhamos uma área plantada de mais de 39 milhões de hectares e a produção superou os 76 milhões de toneladas de grãos com a média de 1.940 Kg/ha. A previsão para a atual safra 2019/2020 é a de mais de 63 milhões de hectares plantadas devendo-se obter uma produtividade em grãos que deverá ultrapassar a mais de 245 milhões de toneladas com uma média de 3.880 Kg/ha.

Pouco importa o tamanho do produtor rural e em que latitude estiver, ele já não pode mais se ater ao que acontece dentro dos limites de seu estabelecimento. Observa-se que a exigibilidade de eficiência gerencial na empresa é condição que não mais distingue a empresa urbana ou rural. Ambas precisam se embeber desta nova visão.